Atualmente nos encontramos em um período de profunda transformação produtiva, social e de valores. Na arquitetura, além do avanço dos sistemas de representação arquitetônica e da evolução dos tipos construtivos, manifesta-se cada vez mais a necessidade de uma renovação profunda da teoria e da crítica.
Este livro apresenta uma refundamentação teórico-prática da arquitetura a partir da vinculação explícita de três eixos instrumentais ligados a ela: os diagramas, as experiências e as ações. Por meio da exploração de conceitos, ferramentas e casos práticos emblemáticos, Josep Maria Montaner disseca, de um lado, o caráter abstrato das criações arquitetônicas que vêm sendo projetadas por meio dos diagramas, e de outro, a complexidade das experiências vivenciais e a intencionalidade das ações coletivas e criativas que buscam uma intervenção mais ativa e ética sobre a realidade. Um estudo que aproxima a arquitetura e o urbanismo da filosofia, da sociologia, da antropologia e da geografia, obrigando-os a sair dos limites de sua própria abstração e, finalmente, abrindo espaço para a experiência como contraponto ao despotismo da razão e do olhar único.
Índice
INTRODUÇÃO
DIAGRAMAS
Conceitos
Ferramentas
Estudos de caso
EXPERIÊNCIAS
Conceitos
Ferramentas
Estudos de caso
AÇÕES
Conceitos
Ferramentas
Estudos de caso
CONCLUSÕES
Agradecimentos e notas
Bibliografia complementar
Créditos das ilustrações
Índice onomástico
Trecho da introdução
INTRODUÇÃO
Atualmente nos encontramos em um período de profunda transformação produtiva, social e de valores, em que há um avanço dos sistemas de representação, uma evolução dos tipos arquitetônicos e em que se requer uma renovação da teoria e da crítica. Por isso, este livro apresenta uma necessária refundamentação teórico-prática da arquitetura.
Essencialmente, o trabalho dos arquitetos consiste em antecipar formas (novas ou recicladas) destinadas a satisfazer necessidades futuras. Para que o projeto possa ser desenvolvido, é preciso conhecer o máximo possível a realidade e o contexto em que se atua e prever os usos e experiências das pessoas em relação aos espaços. O arquiteto transforma solicitações funcionais, sociais, simbólicas, materiais e contextuais em um projeto que por fim se materializa em formas. Para projetar, o arquiteto registra e interpreta os dados da realidade utilizando diversas ferramentas – croquis, desenhos, diagramas, planos, representações e maquetes – que lhe permitem passar dos conceitos e ideias para as formas do projeto.
Por tudo isso, este livro surge da intenção de relacionar três conceitos instrumentais ligados à arquitetura: diagramas, experiências e ações. O próprio título do livro enfatiza seu caráter intencional e vetorial: Do diagrama às experiências, rumo a uma arquitetura de ação. Trata-se de uma análise que tem como objetivo fazer uma síntese contemporânea capaz de combinar a tradição da abstração, as complexas e essenciais interpretações das experiências humanas e as intenções, ações e práticas dos criadores e entidades coletivas para uma intervenção ativa e ética que procure melhorar a realidade. Ao longo destas páginas serão analisadas diversas experiências contemporâneas de projeto arquitetônico e urbano, escolhidas por seu valor emblemático, com a finalidade de aproximar e conciliar o caráter abstrato e conceitual das representações e criações (por meio dos diagramas) com as aspirações e percepções da vida (ou seja, as experiências vivenciais) e com as ações deliberadas em direção a um futuro melhor. Para isso foi construído um discurso à base de conceitos, ferramentas e estudos de caso que permite compreender as maneiras contemporâneas de ver e projetar a arquitetura.
Neste momento crucial, na segunda década do século XXI, o saber arquitetônico acumulado até hoje necessita de uma reformulação a partir dos novos dados da realidade. É preciso superar a rigidez disciplinar para promover mecanismos de ação mais versáteis e adaptáveis, que sejam capazes de se transformar, que favoreçam uma arquitetura baseada na igualdade de direitos, que sejam uma expressão da diversidade, realizados de forma participativa e tendo como objetivos o reequilíbrio ecológico e a sustentabilidade. A arquitetura avança e evolui enquanto um saber interdisciplinar, e não como uma disciplina fechada e autossuficiente. [...]
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Copyright de la edición: Editorial Gustavo Gili SL