Ver é um todo
(Redação, Folha de S. Paulo, 04/2015)
AccederHenri Cartier-Bresson escreveu pouco sobre a própria prática fotográfica. Muito mais do que em suas raras reflexões, foi nas entrevistas que concedeu no decorrer de sua carreira que o artista se mostrou generoso em palavras e manifestou seu pensamento vivo sobre a fotografia. Este livro reúne doze conversas com um Cartier-Bresson apaixonante e apaixonado, que fala de fotografia, comenta a situação do mundo e rememora a trajetória pessoal e profissional.
Esses momentos de eloquência, distribuídos ao longo de quase meio século, revelam a visão que o artista tinha da fotografia e também permitem acompanhar a maneira como seu pensamento foi mudando. Doze confissões em primeira pessoa que trazem uma imagem nada fixa e, pelo contrário, ainda viva de Cartier-Bresson.
Sumário
Prólogo dos editores
UM REPÓRTER…
Entrevista com Daniel Masclet (1951)
É MUITO DIFÍCIL FOTOGRAFAR
Entrevista com Richard L. Simon (c. 1952)
BATE-PAPO
Entrevista com Byron Dobell (1957)
CAPTAR A VIDA
Entrevista com Yvonne Baby (1961)
EXISTE TRANSCENDÊNCIA
Entrevista com Sheila Turner-Seed (1973)
QUE AQUI NÃO ENTRE QUEM NÃO FOR GEÔMETRA
Entrevista com Yves Bourde (1974)
FUNDAMENTAL É O OLHAR
Entrevista com Alain Desvergnes (1979)
O DURO PRAZER DE FOTOGRAFAR
Entrevista com Gilles A. Tiberghien (1986)
UM EMBATE PERPÉTUO
Entrevista com Gilles Mora (1986)
FOTOGRAFAR NÃO É NADA, ENXERGAR É TUDO!
Entrevista com Philippe Boegner (1989)
FALAMOS DEMAIS
Entrevista com Pierre Assouline (1994)
QUESTIONÁRIO PROUST
Henri Cartier-Bresson (1998)
BIBLIOGRAFIA SELECIONADA
Prólogo dos editores
Henri Cartier-Bresson por ele mesmo
Henri Cartier-Bresson gostava de dizer que era uma pessoa visual. “Observo, observo, observo. É através do olhar que compreendo”, escreveu em 1963. Ao longo de toda sua vida, a imagem foi a linguagem que privilegiou. Mesmo tendo redigido vários apontamentos para reportagens e mantido uma correspondência assídua com seus amigos, escreveu pouco sobre a própria prática fotográfica. Nas obras publicadas em vida, contam-se no máximo quatro ou cinco textos escritos de próprio punho. Cartier-Bresson preferia deixar aos amigos escritores o cuidado de aplicar palavras a suas imagens. L’Imaginaire d’après nature, coletânea de prefácios e artigos de sua autoria, publicada pela Éditions Fata Morgana em 1996,2 constitui, por isso mesmo, um pequeno volume que reúne pouco menos de vinte textos curtos.
Muito mais do que nesses poucos escritos, é nas entrevistas que de fato encontramos o pensamento vivo de Cartier-Bresson. Se havia um momento em que o fotógrafo não poupava palavras era ao ser entrevistado. Aureolado por uma exposição no Museum of Modern Art de Nova York em 1947 e tendo ocupado ao longo de toda a segunda metade do século XX uma posição de destaque no mundo da fotografia, verdadeiro porta-voz do reconhecimento artístico desse meio de comu-nicação na França, Cartier-Bresson foi muito solicitado por jornalistas e especialistas.
Este livro reúne doze entrevistas ou conversas, realizadas entre 1951 e 1998, período em que o fotógrafo mais recebeu atenção da mídia. A maioria nunca tinha sido reeditada e, por isso mesmo, era difícil de encontrá-las. Elas revelam um Cartier-Bresson apaixonante e apaixonado, que fala de fotografia, comenta a situação do mundo e analisa a própria trajetória. São momentos de eloquência distribuídos ao longo de quase meio século que permitem acompanhar a evolução do pensamento do fotógrafo: ele retoma as próprias palavras, muda de ideia, às vezes se contradiz. Descobrimos uma imagem nada fixa de Cartier-Bresson e, pelo contrário, ainda viva.
Clément Chéroux e Julie Jones
Copyright dos textos: os autores
Copyright da presente ediçao: Editorial Gustavo Gili SL
(Redação, Folha de S. Paulo, 04/2015)
Acceder«Uma oportunidade rara de conhecer as ideias de Henri Cartier-Bresson(1908-2004).» (Redação, Folha de S. Paulo, 04/2015)
(Redação, Blog do Juan Esteves, 03/2015)
Acceder«A fotografia, felizmente, não é uma algo linear. Sermultifacetada é justamente sua vocação na qual a importância reside mais em quem a utiliza do que na quantidade de aparatos que ao longo de quase 200 anos foram sendo criados e modificados.» (Redação, Blog do Juan Esteves, 03/2015)
(Lívia Fernandes, Atelliê Fotografia, 04/15)
Acceder«As 12 entrevistas que compõe o livro aconteceram ao longo de quase meio século e apresentam — em primeira pessoa — o ponto de vista de Cartier-Bresson sobre sua fotografia, sua carreira e sua trajetória de vida.» (Lívia Fernandes, Atelliê Fotografia, 04/15)